26 de jun. de 2022

Reinvenção pedagógica

    No contexto da pandemia provocada pelo Covid-19, o processo ensino aprendizagem tem se tornado um desafio difícil para professores, alunos e família. Fomos pegos de surpresa e tivemos que nos reinventar para garantir o direito de aprender a nossas crianças e jovens. Com isso, algumas práticas pedagógicas de outrora, já não garantem aprendizagem, o professor agora já não é mais o centro das atenções, o detentor do conhecimento, as informações estão por toda parte: na internet, no WhatsApp, Facebook, Instagram, entre outros. Agora, mais do que nunca, os professores precisam reestruturar suas metodologias, considerando os alunos como os protagonistas da sua própria aprendizagem.

    Dessa forma, é imprescindível a escola conhecer a sua clientela mais a fundo, saber quais as vontades, dificuldades, sonhos, objetivos, dúvidas, curiosidades e saberes dos alunos, para, a partir daí, traçar os caminhos a serem seguidos na prática pedagógica. Mas a atenção deve ser redobrada nesse processo, pois, a escola deve sistematizar essas informações para transformá-las em projetos pedagógicos que possam ser desenvolvidos de maneira contextualizada e interdisciplinar. Não vai adiantar, apenas ser lúdico! O conhecimento científico precisa ser intencional e construído no processo.  

  O professor precisa saber como a mente da criança e do adolescente funcionam para definir as estratégias certas para motivá-los. Nossa formação profissional precisa considerar isso! Ao longo do curso de licenciatura somos apresentados aos principais teóricos da educação: Piaget, Vygotsky, Paulo Freire, dentre muitos outros, e aprendemos sobre como ocorre o processo de aprendizagem. As contribuições apresentadas por esses pesquisadores, pedagogos (entre outros), ao longo do tempo, de fato são relevantes, porém, hoje não são suficientes, devem se somar ao que temos de mais atual sobre o funcionamento do cérebro humano voltado para aprendizagem: neuropedagogia.   

Todos os alunos tem incríveis habilidades que precisam ser despertadas e valorizadas e a escola exerce um papel fundamental nesse movimento. Habilidades que a escola desconsidera no processo de planejamento e avaliação. Ainda estamos presos a um processo de avaliação muito conteudista enquanto nossos alunos já conseguem, por exemplo: utilizar as inúmeras ferramentas de um celular ou computador, brincar utilizando jogos complexos, enviar áudios pelas redes sociais, gravar e editar fotos e vídeos, coisas que muitos adultos, mesmo alguns professores, não conseguem fazer. Essas habilidades são valorosas e mostram que nossos alunos são capazes de realizar coisas inimagináveis. A escola precisa explorar esse campo com mais intensidade.

  

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